Desde muito jovens somos “convencidos” do que devemos
realizar em nossas vidas, crescer, ter responsabilidades, ter um emprego, uma família,
e um dia se aposentar. Fatos que acontecem de uma forma muito natural com
nossos vizinhos, pais, familiares, e até mesmo com aquele mero conhecido, que
um dia por mera coincidência, destinos se cruzam.
Ao ver ele passando sagradamente no mesmo horário em nossa rua
para ir trabalhar, e novamente após um longo tempo ele é visto ao acaso, muito
feliz e sua primeira notícia é de que se aposentou na mesma empresa em que trabalhou
durante toda sua vida. Onde ele realizou planos, com seu pequeno salário,
tentou educar ao máximo seus filhos, pagar cursos, lazer sempre que possível, e
com o único objetivo de fazer com que eles tivessem uma vida mais fácil do que
aquela até então vivida pelo patriarca.
Uma crônica muita comum em nosso cotidiano, comum até demais para
imaginarmos outras situações em que ela ocorre, ou até mesmo um outro final,
qual seria a sensação do trabalhador que dedicou grande parte de sua vida, e
próximo de sua aposentadoria ele é demitido sumariamente sem nenhuma
justificativa? Teria ele um plano de contingência? Após tantos prêmios
recebidos como o melhor em produção, seria um demitido? Muitas vezes sem mesmo
poder voltar ao seu local de trabalho para se despedir de seus colegas, ou quem
sabe acompanhado de um funcionário do recursos humanos, com a nítida desconfiança
de alguma sabotagem, a arte da escrita não possui a perfeição de simular
sensações, triste realidade, assim apenas imaginamos o que este trabalhador
sente.
Cada vez mais organizações descartam funcionários com as
mais variadas características; alto escalão, executivos de áreas estratégicas, funcionário
que fez ali uma brilhante carreira, um grande entregador de resultados, ou até
mesmo aquele gestor que sempre confiamos e acreditamos, e seus subordinamos
claramente pensarão; e agora em quem podemos confiar? Qual o sentido de
trabalhar nesta empresa se tudo é tão incerto e dinâmico? Perguntas que não
somente questionam no silêncio, mas que realizam grandes transformações no dia
a dia daquela organização.
De fato, comportamentos tão repentinos não deveriam assustar
a nenhum cidadão que vive na modernidade, onde grandes empresas possuem o
controle de muita das coisas que precisamos, porque não controlar também nosso
trabalho? Vivemos em um Estado democrático, onde opiniões devem ser
respeitadas, e são até mesmo garantidas por nossa carta magna, sobretudo
garantir a propriedade privada aos seus cidadãos. Sendo a organização a maior
amostra de propriedade privada que temos ao nosso redor, onde pessoas de maior
poder, detentoras de recurso criam meios de produzir algo, para assim
multiplicar mais suas riquezas, elas também tem seu livre arbítrio. Mas livre
poder de escolha que deveriam exercer com maior responsabilidade perante seus
trabalhadores, e a sociedade também como um tudo, pois por trás de um
trabalhador há uma família, que interage com uma comunidade, chegando a uma
sociedade, e ao aclamado país que vivemos. Uma decisão a ser tomada exerce
profundas mudanças em indivíduos, voltando a própria organização pela
sociedade.
Um trabalhador que desempenha sua atividade realizando o
resultado esperado, minimamente tem um compromisso diário, de estar ali naquele
lugar com o objetivo de produzir, e na forma mais onerosa ele deixa sua família
em casa, é exposto a riscos inerentes a qualquer trabalho, desde o momento em
que ele sai de casa, e poucas são as horas em que ele consegue realmente não se
lembrar do trabalho, estando em casa ou muito longe dali. Superficialmente
percebe-se o quanto o trabalho envolve o homem, o retira de outros lugares,
desvia seus objetivos, criam outros, realmente transforma o indivíduo. Não o
dignificando, mas sim expondo e frustrando suas maiores fragilidades como
humano, a exemplo a frustração que todo aquele que trabalha sente ao ser enganado
pela organização que é o seu empregador. Muitas ainda o enganam novamente,
fazendo com que ele aceite expressivos valores financeiros a troco de sua
demissão, os famosos: “planos de demissão voluntária”, quem será o próximo
voluntário?
Basta que lembremos o objetivo das organizações, são criadas
para primeiramente defender aos indivíduos que dela fazem parte ou a objetivos
muito bem explícitos em suas missões, sempre maximizando seu valor como
organização?
Grupo : Ana Clara, Angélica, Anilto, Diego, Gabriel, Samara, Virgillio