segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Planos e tristes realidades no trabalho

Desde muito jovens somos “convencidos” do que devemos realizar em nossas vidas, crescer, ter responsabilidades, ter um emprego, uma família, e um dia se aposentar. Fatos que acontecem de uma forma muito natural com nossos vizinhos, pais, familiares, e até mesmo com aquele mero conhecido, que um dia por mera coincidência, destinos se cruzam.
Ao ver ele passando sagradamente no mesmo horário em nossa rua para ir trabalhar, e novamente após um longo tempo ele é visto ao acaso, muito feliz e sua primeira notícia é de que se aposentou na mesma empresa em que trabalhou durante toda sua vida. Onde ele realizou planos, com seu pequeno salário, tentou educar ao máximo seus filhos, pagar cursos, lazer sempre que possível, e com o único objetivo de fazer com que eles tivessem uma vida mais fácil do que aquela até então vivida pelo patriarca.
Uma crônica muita comum  em nosso cotidiano, comum até demais para imaginarmos outras situações em que ela ocorre, ou até mesmo um outro final, qual seria a sensação do trabalhador que dedicou grande parte de sua vida, e próximo de sua aposentadoria ele é demitido sumariamente sem nenhuma justificativa? Teria ele um plano de contingência? Após tantos prêmios recebidos como o melhor em produção, seria um demitido? Muitas vezes sem mesmo poder voltar ao seu local de trabalho para se despedir de seus colegas, ou quem sabe acompanhado de um funcionário do recursos humanos, com a nítida desconfiança de alguma sabotagem, a arte da escrita não possui a perfeição de simular sensações, triste realidade, assim apenas imaginamos o que este trabalhador sente.
Cada vez mais organizações descartam funcionários com as mais variadas características; alto escalão, executivos de áreas estratégicas, funcionário que fez ali uma brilhante carreira, um grande entregador de resultados, ou até mesmo aquele gestor que sempre confiamos e acreditamos, e seus subordinamos claramente pensarão; e agora em quem podemos confiar? Qual o sentido de trabalhar nesta empresa se tudo é tão incerto e dinâmico? Perguntas que não somente questionam no silêncio, mas que realizam grandes transformações no dia a dia daquela organização.
De fato, comportamentos tão repentinos não deveriam assustar a nenhum cidadão que vive na modernidade, onde grandes empresas possuem o controle de muita das coisas que precisamos, porque não controlar também nosso trabalho? Vivemos em um Estado democrático, onde opiniões devem ser respeitadas, e são até mesmo garantidas por nossa carta magna, sobretudo garantir a propriedade privada aos seus cidadãos. Sendo a organização a maior amostra de propriedade privada que temos ao nosso redor, onde pessoas de maior poder, detentoras de recurso criam meios de produzir algo, para assim multiplicar mais suas riquezas, elas também tem seu livre arbítrio. Mas livre poder de escolha que deveriam exercer com maior responsabilidade perante seus trabalhadores, e a sociedade também como um tudo, pois por trás de um trabalhador há uma família, que interage com uma comunidade, chegando a uma sociedade, e ao aclamado país que vivemos. Uma decisão a ser tomada exerce profundas mudanças em indivíduos, voltando a própria organização pela sociedade.
Um trabalhador que desempenha sua atividade realizando o resultado esperado, minimamente tem um compromisso diário, de estar ali naquele lugar com o objetivo de produzir, e na forma mais onerosa ele deixa sua família em casa, é exposto a riscos inerentes a qualquer trabalho, desde o momento em que ele sai de casa, e poucas são as horas em que ele consegue realmente não se lembrar do trabalho, estando em casa ou muito longe dali. Superficialmente percebe-se o quanto o trabalho envolve o homem, o retira de outros lugares, desvia seus objetivos, criam outros, realmente transforma o indivíduo. Não o dignificando, mas sim expondo e frustrando suas maiores fragilidades como humano, a exemplo a frustração que todo aquele que trabalha sente ao ser enganado pela organização que é o seu empregador. Muitas ainda o enganam novamente, fazendo com que ele aceite expressivos valores financeiros a troco de sua demissão, os famosos: “planos de demissão voluntária”, quem será o próximo voluntário?

Basta que lembremos o objetivo das organizações, são criadas para primeiramente defender aos indivíduos que dela fazem parte ou a objetivos muito bem explícitos em suas missões, sempre maximizando seu valor como organização?

Grupo : Ana Clara, Angélica, Anilto, Diego, Gabriel, Samara, Virgillio

7 comentários:

  1. E repetimos em coro o quão dispostos estamos a dar o sangue para atingir os objetivos que nos são confiados dentro das organizações ao qual fazemos parte, principalmente nos 3 primeiros meses! rsrsrs
    Creio que a ingenuidade não fará mais parte de nossas ilusões ao passarmos pelas aula de CMO e por estes capítulos do Morgan, 1996.

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  2. Realmente, essa realidade é muito preocupante. Trabalhar a vida inteira em uma empresa e próximo à aposentadoria ser demitido deve ser no mínimo frustrante. Outro fato que gostaria de remarcar é a "liquidez" dos cargos; não apenas as empresas mas também os trabalhadores entram e saem com muita facilidade das empresas, pois não se adaptam ou seus projetos mudam. Parabéns ao grupo pelo texto e pela análise!

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    1. Bem destacado Daniel. Conheço um caso que faltava apenas 1 ano para a enfermeira de um hospital de cidade pequena se aposentar e foi demitida. Isso tudo devido a ela fazer campanha politica para o prefeito que não se elegeu. Mostra o quanto o prefeito que foi eleito na época não deu importância pra essa mulher com sua carreira no hospital da cidade, e levando apenas em consideração seus interesses.

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  3. Olhando pelo lado positivo, pelo menos estamos debatendo o tema e isso já é algo. Não debatemos na intensidade devida, mas estamos em um processo de difusão e análise de tais práticas e dogmas, adotados pelas organizações e sociedade por extensão.

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  4. Realmente é muito triste, quando as pessoas dedicam toda sua vida a uma empresa e não tem o devido reconhecimento!!! O grupo está de parabéns, pois abordaram um tema q precisa de atenção!!!

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  5. As pessoas muitas vezes vivem suas vidas em função de uma causa errada, o trabalho, e ainda por cima muitas vezes são não recebem o que lhe é devido! Parabéns ao grupo pelo texto.

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