A ideia de prisão psíquica foi
explorada pela primeira vez no livro “A República”, escrito por Platão, em que através
da “Alegoria da Caverna”, foram estabelecidas relações entre aparência,
realidade e conhecimento. O texto narra a vida de homens que, desde o
nascimento, foram presos a correntes dentro de uma caverna onde a única fonte
de luz era uma fogueira que refletia a claridade em uma parede. A luz do fogo
iluminava um palco com estátuas, plantas e animais, entretanto, as sombras eram
projetadas na parede, sendo a única
imagem que aqueles prisioneiros enxergavam estabelecendo certo medo entre eles já
que as sombras pareciam grandes monstros aterrorizantes, quando na verdade não
eram. Se estabelecermos um comparativo entre Organizações e Prisões Psíquicas, podemos
vislumbrar aspectos inconscientes, afetivos, defensivos, ameaçadores e
individuais de cada pessoa que estão entrelaçados com os conscientes e
racionais, de forma que os primeiros criam “prisões” que influenciam
diretamente nas atividades e direções das organizações.
Os seres humanos tendem a cair em
armadilhas criadas por eles mesmos. A metáfora combina a ideia das organizações
com fenômenos psíquicos, no sentido de que são processos conscientes e
inconscientes que as criam e as mantêm como tais, com a noção de que as pessoas
podem, na verdade, tornar-se confinadas ou prisioneiras de imagens, ideias,
pensamentos e ações que esses processos acabam por gerar. Assim a cultura
organizacional pode influir diretamente no comportamento dos funcionários de
maneira inerente colocando-os em uma cela invisível capaz de tanger comportamentos
e relações dentro da empresa. A política interna da corporação funciona,
portanto como amarras que podem limitar até mesmo o processo criativo do
empregado. Neste cenário a organização é a caverna e o cerceamento criativo são
as correntes que tornam o trabalho metódico e operacional.
Nesta metáfora de Platão é possível
associar o medo das sombras ao comodismo que mantêm muitos de nós resistentes a esclarecimentos,
preferindo permanecer na escuridão a enfrentar os riscos de exposição a um novo
mundo que ameaça as antigas crenças bem como o medo de aceitar novos desafios. A
figura de uma prisão psíquica não é apenas “culpa” das organizações, muitos
funcionários preferem permanecer no anonimato representando uma simplificação
imperfeita do mundo construindo também cercas distorcendo ou mascarando a realidade.
Existem vários tipos de prisões psíquicas,
o sucesso, a acomodação organizacional, o pensamento de grupo, a repressão e o
patriarcado são alguns exemplos. Uma grande empresa pode ser refém do sucesso
por se considerar superior, e ignora determinadas situações que podem vir a
colocá-la em dificuldade. Muitas empresas vivem experiência similar que
culminam no seu declínio. É importante
entender as prisões psíquicas dentro da organização, pois desta forma, a pessoa
abre-se ao entendimento e há possibilidade de raciocínio gerando um grau maior
de produção, e não se deixando levar pelas ideias, pensamentos ou atitudes
alienadas pela própria empresa ou o grupo.
O termo prisão psíquica é muito apropriado
porque define a organização como um fenômeno psíquico, ou seja, aquilo que
existe na cabeça das pessoas, formado por processos conscientes e inconscientes
quanto à criação e à manutenção. Estar enjaulado dentro de uma organização nos
faz perder o sentido do espaço e consequentemente paramos no tempo.
equipe Insights Cotidianos (Amanda Rezende Rodrigues, Cláudio Juneo R. Silva, Daiane Alice Pereira Araujo, Paula Crystina de Souza, Pricila Maria Tavares).
equipe Insights Cotidianos (Amanda Rezende Rodrigues, Cláudio Juneo R. Silva, Daiane Alice Pereira Araujo, Paula Crystina de Souza, Pricila Maria Tavares).
É interessante pensar que a maioria das organizações são prisões psíquicas que prendem seu funcionário, suas atitudes e valores visando o seu próprio beneficio. Muito bom texto.
ResponderExcluirParabéns ao grupo pelo texto! Vemos claramente que as prisões psíquicas citadas pelo grupo estão presentes em quase todas as organizações atuais. A da acomodação organizacional por exemplo é uma das que mais presencio: sempre temos uma rotina, um produto, um cargo que, mesmo não sendo necessário para o sucesso da organização continua lá, porque sempre esteve presente, é trabalhoso remove-lo ou nem mesmo percebemos sua inutilidade.
ResponderExcluirO engraçado é que nao conseguimos e nem os altos cargos conseguem achar uma solução para tais problemas. Sempre haverá conflitos, mas na minha concepção sao os conflitos que engradecem e evolui cada processo...
ResponderExcluirMuito bom o texto. Essa é uma realidade das organizações. Nos vemos presos a empresas e cargos, e as empresas impõem a sua cultura organizacional de modo a moldar os seus funcionários.
ResponderExcluirO texto reflete bem o que as organizações fazem em nosso cotidiano tentam moldar os seus funcionários para poderem ter um maior controle sobre eles e que eles sigam a cultura da organização, mais acabam esquecendo que a cultura que os funcionários trazem são bastante importante para organização, isso pode ser um levar a organização em destaque.
ResponderExcluirO capítulo sobre prisões psíquicas é muito interessante pois aborda conceitos totalmente novos para a turma (como a sexualidade reprimida de Freud). Quando paramos para refletir sobre o porque tomamos as decisões percebemos que fazemos muita coisa inconscientemente e é bastante proveitoso entender mais sobre todo esse processo. Parabéns ao grupo!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirO grupo soube muito bem relacionar o capítulo sobre prisões psíquicas com a realidade organizacional. Nós nem sabemos o porque de muitas atividades que praticamos no dia a dia, simplesmente é algo que já se tornou normal ou institucionalizado, e é ai que vem a importância do questionamento e de criarmos o abito de pensarmos a respeito das coisas que fazemos não só fora das organizações, mas dentro também.
ResponderExcluirÓtimo texto, parabéns!!