sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Prisões psíquicas: uma realidade das organizações modernas

Antigamente, usava-se a metafísica para explicar a realidade através de princípios gerais e abstratos. Com o surgimento do positivismo, ou fase científica, os homens passaram a observar efetivamente a realidade. Mas, será que de fato os indivíduos adotaram tal posição de enxergar a realidade tal como é?

De um modo geral, podemos interpretar a realidade como sendo essencialmente o que existe, ou seja, tudo o que é considerado verdadeiro. Nesse sentido, dizemos que a nossa realidade é definida por aquilo vivenciando em determinado momento. A questão é que, devido aos processos conscientes e inconscientes, muitos indivíduos se vêem presos á sua própria realidade, ás suas histórias, sendo incapazes de enxergar além, tornando-se prisioneiros de si mesmos. A esse fenômeno denominamos prisão psíquica, no qual, podemos descrever utilizando aquele famoso dito em que se diz que as pessoas costumam cair em suas próprias armadilhas [do inconsciente]. É válido ressaltar que existem vários fatores que contribuem para o encadeamento da prisão psíquica. Esta pode decorrer também de acontecimentos da infância refletidos na vida adulta.

O ponto crucial é que as organizações também podem ser interpretadas como prisões psíquicas. Ao fazermos essa comparação, notamos que, a realidade no ambiente organizacional vai muito além dos simples processos operacionais, chegando á esfera do psiquismo humano. Aos olharmos internamente para uma organização, identificamos não só apenas rotinas maçantes e estressantes de trabalho, mas sim um aglomerado de indivíduos dotados de personalidade, sentimentos, cultura, pensamentos próprios e desejos. E de fato, todas essas características possuem parte no consciente e inconsciente das pessoas. 



Dizemos que o conjunto desses elementos, tanto os processos operacionais, as normas e regras, como também as características de cada indivíduo e até mesmo a atual gestão, fazem parte da realidade organizacional, que é socialmente construída. Essa realidade é criada com o objetivo de fazer com que todo o processo organizacional faça sentido. Assim, a afirmação que as organizações são fenômenos psíquicos é sustentada pelo senso de que estas ganham vida e se estabelecem como processos conscientes e inconscientes, sendo capaz de criar imagens, idéias e pensamentos, nas quais as pessoas acabam se tornando prisioneiras.

Quantas empresas que, ao alcançarem seus objetivos, se apegam ao sucesso e param de inovar, entrando assim na zona de conforto, apegando-se e focando apenas no sucesso obtido até então.  Esse é apenas um simples exemplo de como a acomodação e o apego impedem as organizações de alcançarem novos patamares. Além dessas, existem outras prisões das organizações, ás quais são notórias no cotidiano das empresas, principalmente no contexto Brasileiro, em que o cenário é marcado por processos históricos que não contribuíram para o progresso da economia, ao invés disso, provocou um grande atraso em relação á situação mundial devido à prisão e apego á realidade e a falta de inovação. Assim, a meta das organizações atualmente têm sido recuperar o tempo perdido.


Será possível então, tanto os indivíduos como as organizações, se livrarem de suas prisões e passar a enxergar a realidade como efetivamente é? Quando se trata de assuntos sobre o inconsciente, a questão se torna complexa. Mas cabe a cada um a adoção do espírito crítico para não aceitar a sua realidade e por meio de novas ideias transforma - lá, o que nem sempre é uma tarefa simples, pois as pessoas preferem ficar no aconchego da prisão a ter que lidar com as incertezas provocadas pelas mudanças.


Grupo: Bruna Kerolayne, Daniel Pinheiro, Débora Medeiros, Igor Silva, Ingrid Souza. 

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