Organizações pautadas na relação patriarcal
O entendimento da mente humana é uma das reflexões mais
difíceis de serem feitas, o ser humano enquanto animal racional e mais adaptado
à natureza possui uma complexidade de atos e pensamentos admiráveis, uma das
realizações humanas que nos permite ver toda essa capacidade são as
organizações, as mesmas surgem como maior imposição física e social da
capacidade humana de dominar e controlar seres alheios.
A existência dessas organizações pode ser vista desde a
criação de pequenos vilarejos, - feitos pelos primeiros grupos humanos -, passando
pela formação de grandes impérios na antiguidade, até chegar à formação de
grandes empresas multinacionais que surgem hoje como reguladoras da economia
dos países mundiais.
Mas apesar de identificarmos as organizações enquanto uma
representação física, também se pode perceber-las enquanto fenômenos psíquicos,
apoiados pelas idéias filosóficas, - iniciadas por Platão, e desenvolvidas
posteriormente por Freud -, se percebe a influência tanto do consciente quanto
do inconsciente na construção e manutenção das grandes organizações pelo
planeta, pois além de serem realidades socialmente construídas, as organizações
atuam enquanto controladoras, ou seja, as realidades construídas “ganham vida
própria” e dominam seu criador.
Os defensores dessa teoria criaram algumas metáforas a
fim de descrever mais claramente como esse domínio é exercido e essas prisões
psíquicas controlam o ser humano, mas mais precisamente quais são os interesses
inconscientes que dominam aqueles quem criam as organizações, quais os
verdadeiros desejos por trás do indivíduo ou dos indivíduos que criam as
organizações.
Uma das metáforas utilizadas para descrever a criação das
organizações está ligada à família patriarcal, a criação da mesma é vista
enquanto conseqüência das relações familiares patriarcais exercidas pelos
indivíduos, se pode perceber que historicamente as grandes organizações
ocidentais possuem caráter masculino, com exceção dos cargos que tem como
principal objetivo servir ou agradar alguém. Os homens têm comandado cargos que
são considerados cargos que exigem comportamentos mais agressivos, portanto em
uma tendência totalmente masculina os homens são colocados em cargos de poder e
as mulheres de submissão.
Para muitos pensadores, essa relação de domínio masculino
tem ligação direta com famílias patriarcais, pois as pessoas desde crianças são
moldadas a aceitar ordens de uma figura patriarcal, ou seja, já são
pré-dispostas a aceitar ordens de uma determinada figura masculina. Trazendo
isso para o século XXI, se percebe a existência de organizações extremamente
patriarcais, mesmo que exista um discurso de igualdade entre os sexos ainda há
um claro domínio masculino, tanto em cargos de poder quanto em relação à
remuneração recebida.
Em contraste com a teoria patriarcal, existem pensadores
que criticam essa metáfora e alegam que uma abordagem matriarcal poderia ditar
um tom mais correto para as organizações, a existência de valores considerados
femininos poderiam ajudar enquanto forma de diminuir a hierarquização
organizacional e a autoridade impregnadas nas organizações.
Portanto, pode-se perceber que o mundo externo influencia
diretamente na criação e desenvolvimento das organizações, pois as mudanças nas
estruturas familiares estão diretamente ligadas às mudanças em escala
empresarial, famílias patriarcais ainda são dominantes, mas não são mais
únicas, agora existem outros tipos de famílias com outras figuras exercendo
importância maior, a principal delas a mulher, famílias matriarcais já não são
novidade e tem surgido em grande escala, apesar de não perceber-se,
inconscientemente as mulheres tem conseguido reverter a lógica de empresas
patriarcais, pois para alterar a realidade empresarial não basta apenas mudar a
mesma, mas todo o processo organizacional da sociedade contemporânea.
Ainda somos patriarcais, mas as famílias matriarcais ganham espaço
Grupo: Breno Geron, Clério Santana, Gustavo Forapani, Heitor de Aguiar Cogo, Leonardo Silvério e Wagner Rodrigues
Acredito que por mais que a sociedade tente passar uma imagem de modernidade, os conceitos já inseridos socialmente, principalmente os conceitos comportamentais ainda regem nossos pensamentos. Ótimo texto pessoal!!!
ResponderExcluirApesar da mulher ter ganhado seu espaço no mercado de trabalho, o preconceito está apenas mascarado, pois ainda nos dias de hoje os cargos de chefia em sua maioria ainda são ocupados por homem e querendo ou não ainda há uma diferença salarial diferenciada por sexo masculino e feminino. Parabéns pessoal ótima abordagem.
ResponderExcluirAlunos: Ana Clara, Angélica, Anilto, Virgilio, Gabriel, Diego e Samara
É bastante difícil para sociedade transpor tais problemas, porém admitir a existência do mesmo,é o primeiro passo para se chegar a uma solução.
ResponderExcluirA família patriarcal pode ser bem caracterizada nas organizações da nossa sociedade, a maioria passam por dificuldades pois ela maior relação afetiva que é umas das principais característica desse modela de gestão.Assim podendo dar a "morte" da empresa.
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