É
difícil encontrar uma organização que não deseje estar inovando constantemente.
Um dos maiores desafios do homem é criar algo novo que seja lucrativo e
atrativo ao mesmo tempo. Algumas organizações alcançaram o êxito por inovar em
seus modos de distribuições, outras por inovarem seus pontos de venda e várias
por inovarem seus produtos e criarem novos mercados. Para inovar radicalmente é
preciso pensar não apenas no que as pessoas precisam agora, mas também no que
elas irão precisar no futuro. Mas se para uma organização inovar já é tão
difícil, o quão complexo é para um país todo?
O
famoso lema positivista ‘ordem e progresso’ jamais coube tão bem ao Brasil
quanto agora. Qual o motivo? A corrente filosófica do positivismo surgiu em
meados do século XIX e nosso país parece estar mais para o século XIX do que
para o XXI.
A
inovação produzida aqui no Brasil é ZERO, e quando passamos saber disso é um
grande choque, porém quando se analisa os vários fatores responsáveis por essa
taxa de inovação nula, vemos que faz todo o sentido nós não conseguirmos
produzir algo novo.
Seja
pela burocracia, baixa tecnologia, pouca mão de obra qualificada, corrupção, o
excesso de empresas tradicionais (autocracia, o conhecido: ‘manda quem pode
obedece quem tem juízo’) ou apenas por preguiça mesmo, o fato é que nós apenas
copiamos. Produzimos e até exportamos muitas commodities e infelizmente em
grande parte APENAS commodities e isso reflete o pensamento ‘tradicional’
presente em nossas cabeças. Mas como seria possível criar algo novo, exportar
tecnologia ou desenvolver tecnologia se quem está no comando são pessoas com
velhas idéias? Enquanto no mundo todo as organizações já entendem os benefícios
da união entre as faculdades e as empresas, aqui os estudantes e professores
são vistos como inimigos dos empresários e executivos. Será que podemos citar
uma empresa originalmente brasileira que não adote o sistema autocrático? Onde
estão as nossas ‘Toyotas’? Nossas ‘Volvos’? Não temos nem se quer uma própria
fabricante.
O
problema é que quando surgem novas idéias elas são barradas por falta de
investimento ou pelos próprios empresários, que se contentam com a situação
atual porque já estão lucrando bastante com o que produzem atualmente e,
portanto não é necessário desenvolver-se mais. Algumas empresas premiam
funcionários que desenvolvem idéias que melhoram o âmbito da empresa, como
projetos visando maior acessibilidade, mas nada que represente uma mudança
radical, porque nós temos medo da mudança radical e isso pode ser visto em
nosso contexto político: geralmente os presidentes sempre se reelegem e as
pessoas ‘escolhem’ algo novo apenas quando a única opção é fazê-lo.
Se
já não fosse bastante à barreira criada pelos empresários e executivos, temos
outra pior ainda: nosso próprio desenvolvimento que anda a trotes de mula.
Agora que ciclovias passaram a serem implantadas em algumas cidades do Brasil (trânsito
precário), empresas privadas de energia e comunicação que são sustentadas pelo
governo, extrema burocracia nas unidades públicas (sejam de saúde, judiciais ou
econômicas) e altíssima taxas de impostos e juros, dificultando em todos os
sentidos o crescimento (em qualquer área). Se apenas conseguimos copiar é
porque não aprendemos a criar, e aí vem outro assunto no qual deixamos a
desejar: aprendizagem. Como seria possível aplicarmos conceitos como o circuito
duplo de aprendizagem (figura 1) se mal aprendemos o circuito simples? O básico
e essencial que todo brasileiro deveria saber (ler e escrever) é uma regalia
que poucos podem se gabar de ter. E não digo isso considerando apenas a taxa de
analfabetos, mas considerando também que a maior parte dos alfabetizados pouco sabem
ler e escrever.
Figura 1. |
Se
para qualquer país do mundo existe certa relutância em falar, projetar e
realizar mudança, no Brasil existe ainda mais. Porém, em meio há tantas falhas
e supostas soluções que não resolvem nada, ainda podemos tentar reverter os
anos perdidos. A mudança não vem apenas do mais alto nível de gestão do país, e
aquela mudança que é imposta pelo povo é a que se perpetua. Somente com o
esforço individual de cada um será possível fazer um país melhor para todos.
Alunos: Wagner, Clério, Gustavo, Breno, Leonardo e Heitor.
Alunos: Wagner, Clério, Gustavo, Breno, Leonardo e Heitor.
O próprio brasileiro acaba de boicotando o tempo todo, não dá valor na educação, não luta pelos seus direitos e etc. Concordo com a parte que diz que a responsabilidade das mudanças é individual e não somente da nossa "gestão", entretanto, esse pontapé inicial deveria partir de um voto coerente e sensato nas eleições, mas, o próprio brasileiro acredita e ainda repete que "Pior que tá não fica!", enquanto essa mentalidade atrasada continuar existindo não haverá desenvolvimento, não haverão mudanças. Mas, preferimos valorizar um jogo de futebol, uma copa do mundo e a construção de estádios de futebol a valorizar a construção de novas escolas, universidades, hospitais, teatros, museus e etc.. O brasileiro tem o governo que merece, o país que merece, e também o "desenvolvimento" que merece!
ResponderExcluirMuito boa reflexão pois nos instiga a pensar em várias coisas que nos impactam e provocam nosso atraso. Enfim, o mais interessante, no entanto, é que mesmo sabendo que as "start up brasileiras" não são nem um pouco inovadoras, os seus fundadores vendem a ideia de que são empresas revolucionárias, muito inovadoras e criativas: papo de "empreendedor".
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