sábado, 13 de dezembro de 2014

As organizações e suas Estórias

Storytelling é a prática de contar um enredo, uma história, real ou falaciosa, sobre a origem ou o passado da organização com o propósito de que a identidade da marca e a percepção que as pessoas têm acerca de sua tradição sejam maiores, mais importantes. Vemos, recentemente, casos absurdos de “storytelling” na mídia. Marcas famosas como “Suco do Bem” e “Dilleto” e até mesmo a globalmente idolatrada “Apple” acabaram inventando a história de sua fundação ou floretearam-as para que suas marcas tivessem sua identidade fortalecida.


Uma marca com identidade forte é mais valiosa, desse modo seus clientes enxergam uma maior proposta de valor em seus produtos. Em uma economia em recessão técnica e estagnada, o Storytelling pode ser muito prejudicial para o mercado. Assim como a propaganda enganosa, ela induz os consumidores a comportamentos que eles não teriam se a empresa propagasse a verdade. Uma vez que altera o valor percebido pelo cliente, altera também o balanço do mercado. É por esse motivo que o CONAR (Conselho de Auto-regulação Publicitária) vem tentando combater, no Brasil, a expansão dessa prática.

Porém, além de uma jogada de marketing, o storytelling é também uma forma de influenciar as pessoas a aceitar que a cultura da organização é uma cultura diferenciada. Acontece que isso não é exatamente ético. A metáfora das organizações como forma de dominação explica claramente que as organizações usam todas as armas que tem para tentar manipular e controlar o comportamento, não só de seus funcionários, mas também de seus clientes e de toda a comunidade. Através de mentiras como essa, ocorre a aculturação dos funcionários, fazendo-os acreditar que a organização em que trabalham é bem mais nobre do que é na realidade. Trata-se claramente de uma forma de aumentar a dominação tradicional, onde o poder tem por base o respeito ao passado e as tradições.

Através da criação de uma história nobre e honrosa; como do empreendedor que em uma porta de garagem criou a empresa mais valiosa do mundo, ou de um senhor que desenvolveu artesanalmente um sorvete em sua casa no campo; passa-se aos colaboradores a visão e o comportamento desejado, evidenciando onde teoricamente poderão chegar caso façam o mesmo. Os colaboradores se inspiram com essas histórias que mostram que eles também podem evoluir e conseguir cargos e espaço na organização caso se dediquem, empreendam e sigam as tradições da empresa e, mesmo com todo esse esforço, o fato é que dificilmente estes irão alcançar a recompensa que esperam.


Grupo: Bruna Kerolayne, Daniel Pinheiro, Débora Medeiros, Igor Silva, Ingrid Souza. 

                

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