Storytelling é a prática de
contar um enredo, uma história, real ou falaciosa, sobre a origem ou o passado
da organização com o propósito de que a identidade da marca e a percepção que
as pessoas têm acerca de sua tradição sejam maiores, mais importantes. Vemos,
recentemente, casos absurdos de “storytelling” na mídia. Marcas famosas como
“Suco do Bem” e “Dilleto” e até mesmo a globalmente idolatrada “Apple” acabaram
inventando a história de sua fundação ou floretearam-as para que suas marcas tivessem
sua identidade fortalecida.
Uma marca com
identidade forte é mais valiosa, desse modo seus clientes enxergam uma maior
proposta de valor em seus produtos. Em uma economia em recessão técnica e
estagnada, o Storytelling pode ser muito prejudicial para o mercado. Assim como
a propaganda enganosa, ela induz os consumidores a comportamentos que eles não
teriam se a empresa propagasse a verdade. Uma vez que altera o valor percebido
pelo cliente, altera também o balanço do mercado. É por esse motivo que o CONAR
(Conselho de Auto-regulação Publicitária) vem tentando combater, no Brasil, a
expansão dessa prática.
Porém, além de
uma jogada de marketing, o storytelling é também uma
forma de influenciar as pessoas a aceitar que a cultura da organização é uma
cultura diferenciada. Acontece que isso não é exatamente ético. A metáfora das
organizações como forma de dominação explica claramente que as organizações
usam todas as armas que tem para tentar manipular e controlar o
comportamento, não só de seus funcionários, mas também de seus clientes e de
toda a comunidade. Através de mentiras como essa, ocorre a aculturação dos
funcionários, fazendo-os acreditar que a organização em que trabalham é bem
mais nobre do que é na realidade. Trata-se claramente de uma forma de aumentar
a dominação tradicional, onde o poder tem por base o respeito ao passado e as
tradições.
Através da
criação de uma história nobre e honrosa; como do empreendedor que em uma porta
de garagem criou a empresa mais valiosa do mundo, ou de um senhor que
desenvolveu artesanalmente um sorvete em sua casa no campo; passa-se aos
colaboradores a visão e o comportamento desejado, evidenciando onde teoricamente
poderão chegar caso façam o mesmo. Os colaboradores se inspiram com essas
histórias que mostram que eles também podem evoluir e conseguir cargos e espaço
na organização caso se dediquem, empreendam e sigam as tradições da empresa e,
mesmo com todo esse esforço, o fato é que dificilmente estes irão alcançar a
recompensa que esperam.
Grupo: Bruna Kerolayne, Daniel Pinheiro, Débora Medeiros, Igor Silva, Ingrid Souza.
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