domingo, 23 de novembro de 2014

Organização como cérebro ou como cultura?

Existem diversas metáforas para ajudar a compreender melhor o papel das organizações na sociedade.  Temos teóricos tratando organizações como máquinas: sistemas mecânicos, controlados, eficientes e com uma rotina previsível. Outros comparam as organizações com organismos: sistemas vivos, que possuem necessidades, com todas as áreas interligadas e dependentes e com objetivo de manter a eficiência e a sobrevivência do organismo. Mas temos duas comparações que se destacam: organizações como cultura e organizações como cérebro.
A Cultura no sentido conceitual da palavra é a transformação da natureza com objetivo de facilitar a vida das pessoas. No ambiente organizacional surgem culturas internas, consideradas sociedades organizacionais (ocorrem em todos os países com base organizacional), mas também temos as culturas de cada local, que influenciam de forma única nos indivíduos e nas organizações. As organizações são fenômenos culturais, variáveis de acordo com o estágio em que a organização se encontra e o ambiente na qual se localiza.

Sendo assim, organizações de países diferentes possuem características comuns por terem um ambiente similar organizacional mas também possuem características diferenciadas por tomarem também aspectos culturais do ambiente, do povo, do país. Temos então a cultura como um processo contínuo, proativo da construção da realidade, através do qual as pessoas criam e recriam os mundos dentro dos quais vivem.
Alguns países possuem uma cultura organizacional tão forte que características organizacionais se mesclam com as características da sociedade. Por exemplo, na sociedade americana, há um sentimento de individualismo competitivo, que faz as empresas agirem em busca de excelência com certa agressividade. Na sociedade inglesa, há ética protestante enraizada, mas também um sentimento de desconfiança com os detentores de poder nas organizações, criando um ambiente propício à sindicatos e revoltas dos trabalhadores. Por fim, na sociedade japonesa existe a filosofia Matsushita, que imbui características de comunidade, codependência, união e altruísmo, sem deixar de lado as heranças da cultura samurai e dos fazendeiros de arroz que influenciam no modo sério e dedicado dos trabalhadores e organizações japonesas.
A outra metáfora notável é organização como cérebro. O cérebro é um órgão complexo e que controla cada ação que ocorre no organismo, assim, essa comparação vêm para apresentar uma visão de poder da organização. O cérebro se assemelha às organizações em 3 aspectos: aprendizagem, processamento de informações e tomada de decisões.

A aprendizagem se dá nas organizações de duas formas: pelo circuito simples, onde o foco é aprender consertando os erros que surgirem, porém não agindo para impedir os erros de acontecerem, ou o circuito duplo, onde o foco é aprender com os erros e fazê-los cessar. Dessa forma, a capacidade de aprendizagem tanto do cérebro quanto da organização gera a capacidade de adaptação à mudanças, pois se uma parte deixa de existir, o sistema inteiro não é afetado, ele se adapta à nova situação.
 No cérebro há processamento de informações assim como nas organizações, ambos são complexos e possuem sistemas, dados, e códigos inúmeros. Nas organizações esse processamento é representado pela Tecnologia da Informação, assim como no cérebro, é necessário controle e organização das informações, para determinar o que é relevante e o que não é.
Por fim, tomada de decisão envolve poder, é algo que as organizações têm que lidar diariamente, pois o poder abrange controle e controle traz complicações, problemas para serem resolvidos e decisões a serem tomadas constantemente no dia-a-dia de uma empresa.

Portanto, o que é necessário entender sobre as diversas metáforas da organização é que elas são métodos de facilitar o entendimento mas não abrangem a totalidade de informações, as metáforas não refletem a realidade e portanto não são representações idênticas das organizações.



Grupo Adm-Id: Matheus Oliveira, Ana Carolina, Natália e Stefany.

Um comentário:

  1. Ótimo texto! Existem muitas metáforas para ajudar a entender o papel das organizações na Sociedade, mas de todas que já vi até agora acredito que a da cultura seja a mais irrefutável de todas até mesmo porque a cultura é a forma com que vemos as coisas, está vinculada a tudo o que fazemos. Pensarmos em organizações como cérebros é interessante, pois qualquer organismo que funcione como cérebro seria sensacional, mas acredito que não estamos ainda nessa realidade. Parabéns para o grupo!!

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