segunda-feira, 24 de novembro de 2014

A estrutura deve acolher o desenvolvimento: Porque sofremos tanto com planejamento?

Um pilar central para o desenvolvimento de qualquer sociedade é a infraestrutura urbana. Quesito no qual o Brasil ainda se mostra deficitário seja quando analisamos o trânsito caótico, os bolsões de pobreza ou a infra-estrutura sanitária. Quando um país almeja um desenvolvimento econômico sustentável este deve considerar a importância de se elaborar um planejamento urbano capaz de satisfazer suas ambições.
Nos últimos 60 anos o Brasil experimentou uma deslocação do eixo populacional, do ambiente rural (fazendas e comunidades isoladas) para as cidades, que ocorreu principalmente em cidades médias e grandes. Hoje cerca de 85% da população brasileira vive em cidades, o que atrai bastante pressão para essa forma de alocação populacional. No nosso país onde a taxa de habitantes em meios urbanos é superior a de países como os EUA (81%), a importância do planejamento urbano é critica para o sucesso socioeconômico da nação.
A importância da preocupação com o planejamento urbano começa a se tornar evidente na virada dos séculos XIX e XX, porque naquela época não havia um fator que hoje consideramos indispensável para a vida urbana: o sistema de esgotos.
 A maior parte do esgoto urbano era depositada a céu aberto, tornando a condição de vida da maior parte da população (principalmente a dos mais pobres) insalubre. O mau cheiro era insuportável e surtos de doenças ligadas à falta de higiene eram constantes.


Nessa mesma época as fabricas se tornaram parte primordial da economia, e por conseqüência partes integrante do espaço urbano. Elas impactaram no trânsito, na alocação de tempo e investimento. Também é importante avaliar o surgimento dos primeiros meios modernos de comunicação, no século XIX com o telegrafo e o telefone, no século XX o rádio e mais tarde televisão, que demandaram novos investimentos e moldaram a forma como a qual nos comunicamos e passamos o tempo.


Outro fator que desempenhou papel importante naquele tempo foi o surgimento da iluminação pública que veio a mudar a vida urbana tornando as cidades mais seguras, o que encorajou certos hábitos, como a vida noturna, além de ajudar a propagar os turnos de trabalho noturno, influenciando também na economia das cidades.
Não podemos nos esquecer que com a chegada da eletricidade e o aumento da população cada vez mais crescente uma solução encontrada foram os bondes que vieram a moldar parte da infraestrutura urbana, para que assim fosse possível deslocar o máximo de pessoas possível. O advento dos automóveis culminou com o surgimento de novos desafios, desafios esses que se mostraram colossais, vistos que mesmo hoje ainda não os superamos.
Na metade do século o Brasil observou dois governos que transformaram o país, Getúlio e Juscelino, com seus grandes projetos sócio-econômicos que alavancaram o desenvolvimento industrial e reformaram a infraestrutura do país. Cidades como São Paulo e Rio de Janeiro agora na casa dos milhões de habitantes representaram o surgimento de novos problemas. Transito caótico, formações de bolsões de pobreza (favelas, principalmente durante a ditadura), o surto da violência urbana, poluição do ar sonora e visual, a falta de lugares apropriados a acomodação do lixo urbano entre outros.
Urbanização da favela do Sapé recupera córrego ocupado por habitações irregulares.

Se preocupar com a qualidade de vida se mostra hoje como parte primordial da formação de um planejamento urbano adequado e para isso ele tem de atender á várias demandas: sanitária (esgoto e água encanada, transporte e alocação do lixo urbano), transporte (aeroportos, vias expressas, rede de metrô, transporte municipal de ônibus), energia elétrica e comunicação (telefones, internet).

Na era da globalização e da alta tecnologia, onde os tecnopólos são o sonho da maior parte dos centros urbanos, a qualidade de vida dos habitantes é primordial para atrair investidores, centros de ensino e empreendedores e profissionais de ensino dispostos a embarcar em projetos inovadores.

Os megabytes dos cabos de fibra óptica são o novo medidor de capacidade empregada de uma cidade, as universidades de pontas são as novas fabricas. É melhor começarmos a pensar nisso se quisermos competir no futuro com nações que já o fazem.

GRUPO: Breno Geron, Clério Santana, Gustavo Forapani, Heitor Cogo, Leonardo Silvério e Wagner Barbosa.

Um comentário:

  1. Realmente, sem investimento não tem desenvolvimento. Parabéns ao grupo pelo ponto de vista destacado no texto.

    ResponderExcluir