Grupo Thinking in Management
Quem nunca ouviu alguém dizer:
“calma, para tudo se tem aquele jeitinho”, ou então: “eu já sabia que isso
daria certo, o jeitinho brasileiro nunca falha”? Se a resposta foi positiva,
com certeza você é brasileiro e conhece o quão difundido é essa maneira de agir
entre nós, naturais do Brasil. E se a resposta foi negativa, é porque você sabe
do que estou falando, mas o reconhece por outras ex
pressões, que no fim,
possuem a mesma significação.
O
jeitinho brasileiro é usado para furar filas, conseguir aquele emprego, burlar
a lei, subornar aquela pessoa, passar em cima do imposto, não devolver o troco,
colar na prova, estacionar o carro em local proibido, entre outras situações do
nosso cotidiano. E o problema é que comportamentos como esses já estão tão
enraizados em nossa cultura, que já se tornaram normais, ou melhor, não
corruptos.
Só
que agora lhe indago: isso está certo? Ou será que se trata de um traço
cultural que deve ser rapidamente repensado? Até que ponto trapacear normas e
pessoas para se chegar ao que se almeja está correto? Enfim, algumas pessoas
irão dizer que o que estou falando é exagero. Mas ao meu modo de pensar não é.
Pelo contrário, se não combatermos essas pequenas atitudes, como poderemos
cobrar ética de nossos governantes, honestidade do nosso chefe ou dignidade de
nosso familiar?
Indo
mais além, lhe coloco outra questão: será que as práticas organizacionais estão
livres desse comportamento? Bom, uma organização é constituída por pessoas, as
quais são altamente influenciadas pelo seu traço cultural. Logo, as corporações
estão mais do que suscetíveis às práticas do jeitinho brasileiro e, nelas
encontramos as características desse comportamento “malandro de ser”.
E
não é novidade para ninguém que as principais vítimas dessa ação são as
organizações altamente formais e burocratizadas. Uma vez, que os seus próprios
aspectos induzem os seus funcionários a tomarem tais atitudes. A partir disso,
convido também os empresários a reexaminarem a estrutura e as características
de sua organização, pois ela pode estar sendo uma grande facilitadora para a
realização desse modo de agir.
Então,
cabe a nós, brasileiros e utilizadores desse tão famoso jeitinho, parar para
refletir sobre nossas ações e as consequências dessas. Mas calma, não estou
falando que iremos mudar o mundo! Muito menos acabar com a desonestidade, não é
isso! Alterar uma cultura não é fácil, trata-se de uma questão que terá que ser
refletida por várias gerações e em diversos âmbitos. Só que comece por você, pelas suas atitudes!
Sem dúvidas esse "jeitinho brasileiro" é algo que influencia as organizações, mas é bem complicado pensar em como seria tentar retirar essa característica que está "entranhada" na nossa cultura. Parabéns ao grupo pelo texto!
ResponderExcluirAcredito que por mais errado que o jeitinho brasileiro possa parecer, ele acaba de certa forma, beneficiando as organizações em seus processos.
ResponderExcluirParece até difícil pensar no fim do "jeitinho Brasileiro" ... É algo tão presente no dia-a-dia... Faz parte da nossa cultura! É fato também que através desse modo de agir o indíce de corrupção aumenta, principalmente por parte da alta elite, que usa essa estratégia para alcançar mais rápido seus objetivos... Nessas situações, a troca de favores também é bastante presente.
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