segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Assédio Moral e pressões psíquicas: a relação e impactos no trabalho.

Você sabe o que significa assédio moral? Pelo nome, realmente é difícil associar à pratica, porém vivenciamos esse problema, desde o ensino fundamental, quando praticamos ou presenciamos uma pessoa ser alvo de chacota ou piadinhas de mau gosto. Naquela fase, zombar de um colega que tirou nota baixa, ou que tinha um tênis “fora do padrão” de moda da época, ou até criticar o jeito mais reservado de um amigo, era enaltecedor em sua rodinha de amigos, parecia até uma “disputa”, onde quem conseguisse humilhar de forma que o colega se sentisse completamente envergonhado, ganharia um prêmio: a popularidade.
Seria muito legal, se essa prática fosse somente uma “brincadeira” de escola, e que não causasse danos a ninguém, porém na prática, não é isso que acontece. Devido ao capitalismo, estamos submetidos a um ambiente total de individualismo e desvalorização do homem, acabando levando tudo para organização onde trabalhamos. Dessa forma, as pessoas se sentem no direito de ofender um colega de trabalho, pelo simples fato de se sentirem superiores, exclusivamente pelo prazer e principalmente para que através da humilhação, se sintam melhores capacitados em fazer o que é proposto pela organização.
Por definição de Barreto (2003), o assédio moral no trabalho é qualquer conduta abusiva que seja intencional e frequente, e que fira a integridade física ou psíquica de um indivíduo, fazendo com que seu emprego seja ameaçado ou acabe degradando o clima de trabalho. Dessa forma, ele pode se caracterizar por sobrecargas de tarefas, imposição de horários que não sejam justificados, execução de revistas vexatórias, ameaças, insultos, causar o isolamento de um funcionário ou o simples fato de ignorar a presença de um colaborador, deixando, por exemplo, de cumprimentá-lo.  
Uma empresa que têm em seu ambiente, o assédio moral – que praticamente (e infelizmente!), caminham lado a lado -, possuem um ambiente fragilizado, com redução de produtividade, funcionários psicologicamente doentes, acabando com o clima de trabalho, onde as pessoas nem se cumprimentam, e até mesmo um bloqueio em relação à criatividade. Poderíamos citar também o crescimento de profissionais afastados por motivos de doença, se aposentando precocemente, dentre outros.  Mesmo causando tantos efeitos negativos ao ser humano, o assédio moral, diferente do assédio sexual, ainda não é considerado crime.
Temos exemplos de casos que vieram à tona, de empresas que praticavam essas agressões aos seus funcionários. Uma das empresas bem conhecidas, por casos de assédio moral é a rede de supermercados Walmart, que foi condenado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), por submeter seus funcionários à revistas íntimas abusivas quatro vezes ao dia. Segundo reportagem, publicada no site do G1, a rede de supermercados foi indiciada também, depois de várias investigações feitas em quatro anos, por humilhação de seus funcionários, desrespeito em relação à jornada de trabalho dos mesmos e inclusive por não fornecer equipamentos que permitam uma condição adequada de trabalho. Não para por aí, depois de inspeções feitas pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE-AL), descobriram também que a empresa não fornece o mínimo de tempo para almoço, prorrogam a jornada de trabalho por mais de duas horas (que é o permitido por lei), além de não dar o descanso semanal devido aos os funcionários.
É impactante por se tratar de uma empresa grande, mas não é diferente da realidade da maioria das nossas organizações. Isso acontece frequentemente, em várias empresas menores também, até por estar arraigada em nossa cultura, a prática da diferenciação do outro, do individualismo, dentro outros. Cabe ao gestor, ser preparado, de forma a enxergar e antecipar esses problemas, mas principalmente se informar sobre o assunto, até porque não existe empresa que não “viva” o assédio moral. Precisamos nos libertar desse mal, com gestores mais capacitados e que entendam a necessidade de cada ser humano e que principalmente consiga perceber os erros e a prática que ocorre bem debaixo dos nossos olhos. 

Grupo: Daniela Ferreira, Gilberto Júnior, Rafael Henrique,Williane Souza

3 comentários:

  1. Discorrer sobre como o capitalismo nos torna seres egoístas e individualistas é muito importante. Texto muito interessante! O grupo está de parabéns.

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  2. É impressionante como os casos de assédio nas organizações ainda existem mesmo sabendo que hoje existem formas de coibir o ato e que as pessoas são bem mais informadas. As organizações tem total responsabilidade e devem buscar políticas para proteger seus funcionários, pois não só para o eles, elas também são prejudicadas.

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  3. É um assunto sério a ser discutido, de muita responsabilidade para a empresa. Tanto em relação ao assédio sexual quanto ao assédio moral, que pode causar traumas para funcionários que passam por essa situação.

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